Arte se faz vida
neste jogo de encenar,
de criar realidades internas,
de assumir mentiras de verdade pra si.
Ela nunca disse adeus
e mente pra si mesma enquanto corre atrás do tempo.
A cruz que ela carrega
é bem maior que aquela que a persegue.
Olha no olho, mulher!
Cria coragem e olha no olho.
Desengana, que no conto da vida,
o pra sempre
é o fardo da escolha errada.
29.5.13
Ela
Hoje ela me contou tudo.
Confessou que mesmo sem mesa de bar ou abraços compartilhados
me estima, me quer bem, de alguma forma,
e que quase me deixara.
O bem querer é recíproco
O que a gente tem é de pele,
mesmo sem pele
(e abraços ainda serão dados!, falei pra ela).
Prova mais genuína de amor!
Ela não partiu:
ela me contou tudo.
Para Eloá.
Confessou que mesmo sem mesa de bar ou abraços compartilhados
me estima, me quer bem, de alguma forma,
e que quase me deixara.
O bem querer é recíproco
O que a gente tem é de pele,
mesmo sem pele
(e abraços ainda serão dados!, falei pra ela).
Prova mais genuína de amor!
Ela não partiu:
ela me contou tudo.
Para Eloá.
25.5.13
Reforma Poética
Libertação virou Libertinagem
e agora, saudoso Bandeira,
eu só quero lirismo:
bêbada ou não,
que a poesia esbanje lirismo.
Ao Manuel Bandeira, que era feliz e não sabia.
e agora, saudoso Bandeira,
eu só quero lirismo:
bêbada ou não,
que a poesia esbanje lirismo.
Ao Manuel Bandeira, que era feliz e não sabia.
22.5.13
V: Como viver bem após a morte.
Não ignore nem negue.
Não se lembre só da última vez que o viu.
Não leve flores a quem não sente.
Não tenha razões pra se culpar.
Não se lembre só da última vez que o viu.
Não leve flores a quem não sente.
Não tenha razões pra se culpar.
Instante
É na calada da noite
Que ouço o piscar dos meus olhos
Cujas pupilas se dilatam
Para receber a imensidão escura
Acompanhada dos sentimentos mais íntimos
Multiformas do dia, com sabor de frutos amargos
Carregados por vozes
Que podem ser meu Eu
Ou Espírito de Deus
Mas que não deixam dormir.
Escuto o respirar dos que dormem
E os pensamentos dos insones:
Posso sentir suas vozes,
Ouvir o tom amarelado do arrepender-se
Ver o frescor do refazer-se a um novo dia,
E refazer-me com eles
Sob a luz de seus movimentos agüiviventes,
Porque nesse momento minhas reflexões já não bastam.
Que ouço o piscar dos meus olhos
Cujas pupilas se dilatam
Para receber a imensidão escura
Acompanhada dos sentimentos mais íntimos
Multiformas do dia, com sabor de frutos amargos
Carregados por vozes
Que podem ser meu Eu
Ou Espírito de Deus
Mas que não deixam dormir.
Escuto o respirar dos que dormem
E os pensamentos dos insones:
Posso sentir suas vozes,
Ouvir o tom amarelado do arrepender-se
Ver o frescor do refazer-se a um novo dia,
E refazer-me com eles
Sob a luz de seus movimentos agüiviventes,
Porque nesse momento minhas reflexões já não bastam.
19.5.13
IV: Como fazer poesia no século XXI
a situação do poeta chegou a tal ponto
que ele escreve pra outros
que escrevem pra ele
que escreve pra outros
que escrevem pra ele
que escreve pra outros...
e o leitor?
cadê?
18.5.13
Transa
Ao provável parceiro poético, com amor novo e súper-pulsante.
papel é a cama
onde o poema se faz a dois:
minha poesia e a sua poesia vão fundir-se assim,
sem pudor,
se entrelaçar
se confundir
nos confundir
despertencer e bastar-se.
filho é do mundo e pro mundo,
né não?
papel é a cama
onde o poema se faz a dois:
minha poesia e a sua poesia vão fundir-se assim,
sem pudor,
se entrelaçar
se confundir
nos confundir
despertencer e bastar-se.
filho é do mundo e pro mundo,
né não?
9.5.13
Ama o Poema
a m e o p o e m a
a m e o p o e m a
a m e o p o e m a
a m e o p o e m a
a m e o p o e m a
a m e o p o e m a
a m e o p o e m a
a m e o p o e m a
a m e o p o e m a
a m e o p o e m a
a m e o p o e m a
o que mais me intriga nessas formas
não é eu ter escrito algumas de trás pra frente e você não ter notado:
é só agora perceber que se você não existisse
não haveria o palíndromo nem este poema.
Para Lara.
Para Lara.
7.5.13
Rum
O cãozinho sentado à minha janela todo dia
me ama com o abanar da cauda;
não entende nada do que eu canto ou digo
e só virou amigo
porque compreende o silêncio latente em cada movimento meu.
me ama com o abanar da cauda;
não entende nada do que eu canto ou digo
e só virou amigo
porque compreende o silêncio latente em cada movimento meu.
6.5.13
O stress era o mal do século passado; neste século, vive-se sob stress da insônia. Começamos o dia estressados por ter dormido pouco, ou quase nada, ou nada mesmo. É a música alta do vizinho, é a TV do quarto ao lado, é a sirene da polícia, da ambulância, dos bombeiros, do SAMU. Cachorro latindo, gata miando, pássaros e galos cantando fora de hora e da forma mais desordenada possível. É a cabeça rodando em volta do stress do dia inteiro, preenchido de sono e café (que não deixa dormir e nos faz viver nesse ciclo sem sono vicioso pela eternidade). E ainda há quem tenha a pachorra de reclamar do cri-cri do grilo. Saiba essa gente que, quando se trata de corpo cansado e mente vazia (raramente simultâneos e noturnos), o cri-cri vira canção de ninar.
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